ATA DA SEXAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 11-8-2011.

 


Aos onze dias do mês de agosto do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Nilo Santos, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Elias Vidal, Elói Guimarães, Idenir Cecchim, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Pedro Ruas, Professor Garcia e Toni Proença. À MESA, foram encaminhados: pela Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, o Projeto de Resolução nº 022/11 (Processo nº 2424/11); e pelo vereador Professor Garcia, o Projeto de Lei do Legislativo nº 117/11 (Processo nº 2696/11). Ainda, foram apregoadas as seguintes Emendas, de autoria do vereador Mauro Pinheiro, Líder da Bancada do PT: nº 02, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 229/06 (Processo nº 5510/06); e nº 03, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 261/08 (Processo nº 6482/08). Após, foi apregoado o Memorando nº 065/11, de autoria do vereador Engenheiro Comassetto, deferido pela senhora Presidenta, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, hoje, no Ato de Sanção da Lei que institui categoria especial no transporte seletivo por lotação, para a Restinga, dentre outros bairros da zona sul de Porto Alegre, às dezesseis horas, na Esplanada da Restinga, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram Comunicados do senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE –, emitidos no dia dezenove de julho do corrente. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Engenheiro Comassetto, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia nove de agosto do corrente. Após, por solicitação do vereador Dr. Raul Torelly, foi efetuado um minutos de silêncio em homenagem póstuma ao senhor Paulo Roberto de Souza. Em continuidade, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Leonardo Mesquita Soriano, Presidente do Movimento Nacional da Liberdade Humanitária, que discorreu sobre questões atinentes à corrupção e participação da juventude na política e divulgou o trabalho político e social desenvolvido pelo movimento presidido por Sua Senhoria. Após, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Professor Garcia, Aldacir José Oliboni, Nilo Santos, Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, Airto Ferronato e Pedro Ruas, este pela oposição, manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, DJ Cassiá e Luiz Braz. Às quinze horas e dezesseis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e dezessete minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, o senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, de alunos e das professoras Cristina Krebs e Patrícia De Angelis, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Na ocasião, o senhor Presidente concedeu a palavra aos estudantes Tamires Rafaela Pereira Roliano e Brandon do Nascimento Menezes, que apresentaram reivindicações encaminhadas pela comunidade da Escola Municipal Chico Mendes. Durante a Sessão, o vereador Alceu Brasinha manifestou-se sobre assuntos diversos. Às quinze horas e vinte e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo vereador João Antonio Dib, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores DJ Cassiá e Toni Proença e secretariados pelo vereador Toni Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.

 

 


O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Quero, em nome desta Casa, dar os parabéns a todos os advogados. Em nome das senhoras e dos senhores da sociedade de Porto Alegre, damos, aqui, os parabéns a todos os advogados.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, no exercício dos trabalhos, eu queria fazer um lembrete: hoje o maior e melhor jogador está completando aniversário, está fazendo 34 anos: Adriano Gabiru, jogador da maior conquista do Inter, como Campeão do Mundo. Esse jogador merecia uma estátua no Rio Grande, merecia um busto no Rio Grande. Quero dizer para os senhores por quê. Depois dos três fiascos internacionais que o Internacional fez - em Abu Dhabi, na Alemanha e, ontem, na Argentina...

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Feito o registro, Ver. Brasinha.

O Sr. 1º Secretário procederá à leitura das proposições apresentadas à Mesa.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (Toni Proença): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)

 

O SR. DR. RAUL TORELLY (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Paulo Roberto de Souza, um grande amigo, um grande professor de crianças. Por muitas e muitas décadas, ele ensinou as crianças de Porto Alegre a jogar tênis - o Professor Luba.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Tribuna Popular de hoje tratará de assunto relativo à corrupção e juventude na política.

O Sr. Leonardo Mesquita Soriano, Presidente do Movimento Nacional da Liberdade Humanitária, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para falar sobre corrupção e juventude na política.

 

O SR. LEONARDO MESQUITA SORIANO: Obrigado, Vereador. Primeiro, eu quero agradecer o apoio desses jovens da Liberdade Humanitária, que abraçaram esta causa conosco e estão na luta com muita coragem. Eu quero dizer que estou emocionado, é claro, pois são lágrimas de angústia, de muito sofrimento quando nós vemos tudo o que acontece neste Brasil, e é por isso que estamos aqui hoje.

Quero fazer um esclarecimento quanto à quinta-feira passada, quando entramos nesta Casa com o rosto coberto por um lenço, que era exatamente para passar o aspecto de bandido, era para parecer mesmo que nós fôssemos bandidos, era para chocar, era para botar medo, e, se nós entrássemos aqui, nesta Casa, sorrindo, talvez não teríamos o êxito que nós tivemos hoje, talvez não estaríamos aqui hoje. Porque hoje, no Brasil, nós sabemos que o bandido é muito mais respeitado do que o jovem que luta, do que o trabalhador honesto que luta dia após dia para dar sustento a sua família, e isso tudo é porque as leis estão ultrapassadas, e nós sabemos.

Quanto à corrupção, eu tenho muita indignação, tenho muita angústia guardada aqui dentro e levo comigo, e, na minha visão, os corruptos não passam de crianças mimadas que precisam se cobrir de luxo e de riqueza para suprir uma necessidade pessoal, são pessoas infelizes; corruptos são crianças mimadas e pessoas infelizes, essa é a verdade. Vivemos numa guerra diária entre o bem e o mal, entre a política e o povo. Nós precisamos rever os nossos conceitos de necessidades básicas gerais. Os valores estão invertidos, e precisamos pensar nos princípios básicos dos seres humanos, sem esquecer de que, antes de qualquer um de vocês estarem aqui, nesta Casa, vocês são seres humanos como nós, como aquelas crianças, como a juventude, como o trabalhador, mas muitos que estão aqui, no Congresso e na Câmara dos Deputados se acham acima de tudo, acima das leis e acima de todos, e é isso que tem que acabar!

Nossa terra foi amaldiçoada com pensamentos negativos que estão tomando conta da cabeça do nosso povo, e a gente tem que quebrar esse feitiço com muita positividade. O que consegue me irritar mais que o corrupto é ver o povo brasileiro dizendo que não muda, que vai continuar tudo na mesma, que aquele que entrar também vai ser ladrão, também vai roubar. Aí é muito fácil, porque eles estão roubando lá, e a gente está dizendo que não muda daqui. Aí não muda mesmo, não vai mudar.

Então isso tem que começar por dentro da nossa mente, e é o que a Liberdade Humanitária prega, ou seja, a revolução mental. A mudança só começa dentro de nós. E aquela faixa fala por nós (Mostra a faixa.) (Lê.): “Estamos despertando, acenda as luzes da sua mente, pois só assim a mudança será concreta e a mudança pode continuar.”

O nosso pensamento deve evoluir, e é por isso que estamos aqui hoje provando que, com 20 jovens apenas, na semana passada, entramos nesta Casa, e hoje estamos aqui. A mudança é possível, sim, mas, em primeiro lugar, é preciso que a sociedade veja e sinta a importância da política para o coletivo. A pior ignorância de todas é a ignorância política. O povo tem que se interessar, ir atrás do conhecimento sem esperar por incentivo, pois isso nós vimos que não temos. O povo não é interessado, mas os governantes sim. Enquanto só eles forem interessados pela política, e nós não enxergarmos isso, vamos chegar à época das eleições, e todos vão continuar sendo enganados, vão se vender. Até quando? Aí a culpa não é só do político corrupto, a política é do povo que se vende, e aí entra a hipocrisia, mais uma vez, tomando conta do nosso País.

Então, eu vou aproveitar para falar sobre o trabalho da Liberdade Humanitária, que existe desde 2008, e eu, como presidente fundador, optei por não receber verba do Governo e não remunerar nenhum tipo de cargo. Vejam tudo o que fizemos até hoje, vejam tudo o que conseguimos fazer, juventude, com muito suor, com muito esforço: prestamos assistência aos moradores de rua e trabalhamos em cima da conscientização; trabalhamos em periferias e comunidades carentes de Porto Alegre; também trabalhamos juntamente com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul em casos de emergência e catástrofe natural. E agora queremos saber o que esta Casa pode oferecer para nós, porque nós não temos uma sede e nós queremos trabalhar focados nas crianças. A gente não vai mais esperar amanhã para fazer. O nosso tempo já acabou, o tempo já passou, é hoje. A gente tem que começar a fazer política hoje. Quando forem botar a cabeça no travesseiro hoje à noite, lembrem-se do que eu falei, senhoras e senhores, Vereadores e Vereadoras. A juventude está crescendo, e aquela era dos corruptos está morrendo. O Sarney já disse que vai se aposentar, mas aí volta a falar da hipocrisia. Vejam tudo o que o Collor fez, e ele foi eleito de novo. Ele não caiu lá dentro de paraquedas, alguém botou ele lá. Não fui eu, não foram vocês, mas alguém foi. Então, até quando? Até quando vai continuar essa palhaçada, essa coisa que não anda, as pessoas falando que não muda, eles roubando de lá, a gente chorando daqui? O povo tem que despertar, e é para isso que a gente luta.

Quero deixar registrado também alguma coisa sobre os moradores de rua de Porto Alegre, pelos quais nós lutamos também. Se eles continuarem morrendo e, quando chegar esta bendita Copa, eles começarem a sumir, como nós já estamos vendo, aí nós vamos ter problema. Aí o nosso próximo passo é a Prefeitura. Por que não dá assistência? Então, chega a Copa, o estrangeiro vai vir para cá, começam a sumir, morre um ali, morre um aqui. Quero deixar registrado, também, a reclamação que nós ouvimos muito dos moradores de rua, de que eles são agredidos dentro dos albergues. E não é um, nem dois! Acho que isso tem que ser levado em consideração. Se não acreditam, pelo menos vão lá, investiguem, senão nós vamos entrar com uma solicitação no Ministério Público, porque não é possível. Não é possível!

É isso, juventude! Quero agradecer a presença de todos aqui e dizer que a nossa luta só começou. Nós estamos no início dessa jornada e continuaremos lutando dia após dia, incansavelmente, incessantemente. Eu peço que vocês se interessem pela política, sim, para que não seja mais uma geração enganada, para que a geração dos nossos filhos não seja enganada por corruptos covardes, para que a gente saiba o que é um plebiscito, o que é um veto, o que a política faz pela nossa sociedade. Eu quero agradecer a presença de todos e dizer que o mundo muda a cada gesto teu. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Convidamos o Sr. Leonardo Mesquita Soriano a fazer parte da Mesa.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Ver. DJ Cassiá, na presidência dos trabalhos; caro Leo Mesquita Soriano, Presidente do Movimento Nacional de Liberdade Humanitária, e quero acrescentar também aqui Presidente da Associação dos Moradores de Nova Ipanema, Leo, acho que sempre tem também que dizer isso. Leo, eu que te conheço há bastante tempo, quero, primeiro, te parabenizar e dizer que essa, realmente, é a função da juventude, a rebeldia, vir colocar.

Ao mesmo tempo, tu fizeste uma acusação, e eu vou aproveitar essa tua acusação. Eu peço, Presidente, que as notas taquigráficas do que foi pronunciado pelo Leo sejam encaminhadas à FASC, e nós vamos entrar com uma representação no Ministério Público, sim, Leo. E aí tu podes... Porque cabe a quem faz a acusação o ônus da prova. Nós não temos, até agora, conhecimento de nenhum caso de pessoas que tenham sido espancadas dentro dos albergues; tu estás trazendo um dado novo, a gente cuida muito essa questão, e esta Casa tem debatido muito a questão dos moradores de rua. Ao mesmo tempo, eu quero te parabenizar por trazer a rebeldia da juventude.

Continue nessa luta!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Está feito o registro do seu encaminhamento, Ver. Professor Garcia, mas eu quero aqui propor que a sua entidade, Leonardo, peça uma audiência com a CEDECONDH - Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana - desta Casa, que eu acho que pode fazer um encaminhamento. Temos aqui alguns Vereadores que já fazem esse trabalho, acompanham esse tipo de trabalho, o que pode colaborar, Sr. Leonardo, com essa questão.

O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. DJ Cassiá, quero também saudar, em nome da Bancada do PT, o nosso convidado de hoje, Leonardo Mesquita Soriano, do Movimento Nacional de Liberdade Humanitária. Quero dizer que nós nos somamos à sua indignação, à indignação do povo do nosso País, do nosso Estado e da nossa Cidade, porque, muitas vezes, nós nos decepcionamos com quem nos representa. E é da natureza da juventude se rebelar, se indignar, porque, senão, não teria sentido o mundo estar tão calmo e percebermos que a “telinha” nos coloca, a todo o instante, valores muito diferenciados. Muitas vezes, somos um grão de areia nesse caminho, com muito pouca força, mas eu acredito que, aqui na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, tu poderás ter alguns bons exemplos de busca da transparência e do fim da corrupção. Eu vou te dar dois exemplos importantes.

Nós aprovamos aqui, recentemente, o fim do nepotismo. Isso é um gesto significativo da Câmara de Porto Alegre. Porto Alegre não tem mais nepotismo até o segundo grau, coisa que havia no passado, e muitos se elegiam para trazer as pessoas próximas a eles. Nós também aprovamos o Projeto Transparência Porto Alegre, em que podemos monitorar, via site da Prefeitura, não só as ações do Governo Municipal como também da vida, da história, dos projetos dos Vereadores. Creio que é isto que tu buscas com o teu grupo: indignar-te, mas também propor ideias e criar mecanismos de espaços importantes que possam te dar, como te deram hoje, essa possibilidade da emoção e da indignação. Parabéns pela tua iniciativa, e um bom trabalho para todo o grupo! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Nilo Santos está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente; Leonardo; eu quero te dizer, Leonardo, talvez na condição de um dos Vereadores mais jovens desta Casa, que não se constrói um novo sistema político ou uma nova sociedade com ódio; se constrói, sim, com sonhos e com ideais, ainda que isso pareça muito distante da realidade. Eu entrei para a política exatamente pela indignação. Eu venho de uma área de Porto Alegre que era irregular, fui criado comendo farinha de mandioca com açúcar para não morrer de fome e entrei para a política por indignação, acreditando num mundo melhor, mas com sonhos e com ideais. Posso te dar o testemunho de que termos utilizados, como “corrupção”, não cabem para esta Casa. E posso te dizer isso com certeza absoluta.

Também quero dizer que sou Presidente da Comissão Especial que trata da questão dos moradores de rua e conheço bem a realidade deles. Conheço, acompanho e também sou proponente de uma nova ação da Prefeitura no sentido de retirar crianças, adolescentes e gestantes das ruas, num primeiro momento. Um novo protocolo de abordagem deve ser implantado em Porto Alegre: criança e adolescente drogaditos têm que ser retirados com internação compulsória, se necessário. Não podemos mais continuar vendo-os se matarem nas ruas, assim como a gestante! Ela tem o direito de ir e vir, mas o Estado tem o dever de proteger aquela criança que está dentro dela. Ela deve ser internada compulsoriamente, claro que deve ser! Mas nós não tínhamos o apoio do Ministério Público para isso. Hoje, isso está construído. Então, não depende apenas dos Vereadores ou do Prefeito; isso é uma grande cadeia, Ministério Público... Porque, muitas vezes, nós tomamos alguma atitude tendo em vista melhorar a sociedade, mas, daqui a um pouco, o Judiciário não entende dessa forma, e ainda tomamos um processo.

Com relação às denúncias de que há moradores de rua sendo agredido nos albergues, Leonardo, vou falar da experiência que tenho no tratamento com moradores de rua. Eu posso te dizer: isso não ocorre. Não ocorre. Eles usam desses artifícios para poder manipular a sociedade.

 

(Manifestação nas galerias.)

 

O SR. NILO SANTOS: Leonardo, eu te ouvi com atenção e não te vaiei. Por favor, me ouça com atenção! Leonardo, eu estou te dando experiência que não é de um ou de dois anos, mas de andar, conversar com eles e discutir com eles. Se tu falares com quem comanda os moradores de rua, com quem controla os moradores de rua, tu vais saber bem que muitos deles não querem nem ganhar casa! Tem morador de rua que diz que, se o Prefeito der casa para ele lá no Belém Novo, ele não vai; ele quer morar no Centro, porque ele não nasceu para morar na periferia. Então, não se pode ir atrás dos discursos. Tem que saber exatamente o que acontece. Eles não querem ir, porque, dentro dos albergues, existem regras: tem que tomar banho para não contaminar o ambiente; tem, sim, que se comportar; tem que deixar a droga lá na rua, antes de entrar no albergue, Ver. Elói. Tem que deixar a droga na rua...

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Vereador, peça para usar o tempo de Liderança, por gentileza.

 

O SR. NILO SANTOS: ...E eles não abrem mão disso! Eu tenho um compromisso agora, estão me aguardando. Temos um compromisso na Restinga, neste momento.

Leonardo, eu me manifestei só para dizer isso. Eu sou parceiro, me coloco à disposição, porque não é com radicalismo que se constrói uma nova política, é com sonhos, ideais e sabendo ouvir e sabendo dialogar. Por isso vim aqui dialogar contigo aqui também. Obrigado, Leonardo.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(Vaias.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, eu queria cumprimentar o Leonardo e cumprimentar todos os jovens que estão aqui na Câmara hoje. Quero dizer que nós, do PSOL, eu e o Pedro Ruas, ficamos muito felizes com a tua intervenção e com esta faixa que vocês trouxeram - a juventude está despertando -, porque não é possível assistir ao noticiário e não se indignar. Não é possível ver o Ministério do Turismo dando o dinheiro das emendas parlamentares, do povo brasileiro, para a corrupção, e não se indignar! Ver o que acontece no Ministério dos Transportes, que é tão importante para a locomoção do povo deste País, e não se indignar! Ver as ações violentas que são postas para a juventude da periferia, inclusive para os moradores de rua, e não se indignar! Não é possível que esqueçamos a história que a juventude brasileira construiu neste País, da derrota da ditadura militar, do que muito bem falaste, Leonardo, sobre o Collor, porque foi a juventude que tirou o Collor. Infelizmente, ele segue lá no Senado, porque a juventude ainda não despertou.

Então, eu queria te saudar e saudar cada um de vocês que estão aqui, hoje, porque ainda bem que nós estamos despertando, porque, para mudar a política, tem mesmo é que despertar! Tem de saber que a juventude, no mundo inteiro, está indignada, são os jovens na Espanha tomando a Praça Porta do Sol, são os jovens no Chile lutando por educação pública, são os jovens no Egito e na Tunísia, que derrotaram ditaduras militares pela força das suas ideias!

Então, eu queria nos colocar à disposição e dizer que cada denúncia trazida para este Parlamento tem de ser encaminhada. Se há denúncia de agressão a morador de rua, o Parlamento tem de se comprometer a averiguar qualquer denúncia vinda desses homens e mulheres que, infelizmente, estão nesta situação.

E quero dizer para ti que nós temos que, juntos, buscar uma sede para a associação, porque tem um monte de prédio vazio nesta Cidade, jogado às traças! Não é possível que, quando a juventude se organiza, não se conquiste uma sede! Acho que podíamos fazer uma reunião na Comissão de Educação, chamar a Prefeitura, fazer pressão para conquistar o seu espaço, sabendo que só mudamos as coisas quando nos organizamos, quando nos mobilizamos, quando lutamos.

Um grande abraço para vocês e, ainda bem, como dizem os cartazes dos jovens indignados, que as ideias são à prova de bala. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; meus jovens, eu quero cumprimentar o Presidente do Movimento Nacional da Liberdade Humanitária, o jovem Leonardo Mesquita Soriano. E eu fico contente com o slogan que orienta esta mocidade, porque eu tenho dito, reiteradas vezes, que a mocidade não é a nossa esperança no dia amanhã; a mocidade é a nossa certeza no dia de amanhã. E vocês estão despertando, é o slogan, de um torpor que não deveria ter acontecido.

Rui Barbosa, na sua célebre Oração aos Moços, cunhou uma frase que começa dizendo assim: “De tanto ver crescer as nulidades, de tanto ver crescer o poder nas mãos dos maus...” - e, depois, encerra dizendo: “O homem chega a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

Esse é o momento em que a mocidade pode mostrar que é preciso ser honesto, e a mocidade tem que fazer isso não com radicalismo, mas com seriedade e com responsabilidade, tem que aplaudir aqueles que são honestos.

O que está acontecendo hoje, no País, é vergonhoso, é triste e, realmente, deve preocupar a mocidade que um dia pintou a cara e tirou o Presidente da República. E a nossa certeza está em vocês.

Mas nós temos que identificar bem aqueles que não atuam conforme se pensa que seja a política, que seja a realização do bem comum, e não do bem pessoal, dos “sarneys” da vida, dos “calheiros” da vida, e que hoje gritam mais alto que a juventude, e gritam mais alto que os honestos, e que são ouvidos pela imprensa, porque gritam alto. E nós silenciamos!

Eu já não sou jovem, acumulei juventude, mas ainda acredito na juventude, e espero, tenho certeza, de que teremos dias melhores com o despertar que hoje vocês dizem que está acontecendo.

Sucesso! Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente DJ Cassiá, quero fazer uma saudação ao Leonardo e, fazendo a saudação a ele, quero mandar um abraço carinhoso e fraterno a toda a nossa juventude que está presente na tarde de hoje.

Quero dizer que nós, aqui da Câmara - eu falo em meu nome e em nome do meu Partido, o PSB -, hoje, estamos vivendo um momento bastante interessante, que é o de ver a juventude de Porto Alegre - como a juventude do Estado e a do Brasil - tratar desse tema tão importante. Eu quero dizer que andei pelo Executivo; eu fui Contador e Fiscal da Receita Federal; fui do Executivo do Estado, eu fui Fiscal da Receita Estadual e também Contador; trabalhei no Executivo do Município e, pela terceira vez, sou Vereador em Porto Alegre. Percebermos a juventude tratar deste tema é compreender que este País avança, porque não é possível vermos as extraordinárias dificuldades por que passam irmãos e irmãs, crianças, jovens, e os nem tanto, vermos a corrupção e a roubalheira se espraiarem por este País.

Por outro lado, quando se trata de corrupção, temos que entender que ela ocorre porque também há o corrupto no outro lado, e, normalmente, o corrupto de um lado e o corruptor de outro são poderosos e se aproveitam dessas situações para tirar cada vez mais e fazer com que o povo, cada vez mais, sofra as dificuldades que nós sabemos quais são. Portanto, eu quero trazer aqui um abraço ao Leonardo, um abraço a todos que estão aqui, um abraço à nossa juventude porto-alegrense, gaúcha e brasileira pela luta que trava. Um abraço a todos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, pela oposição.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; meu caro Leonardo, pedi para usar os dois minutos da Tribuna Popular para poder olhar os nossos visitantes. Na verdade, olhar com orgulho, porque, Leonardo, no nosso País - e não gosto da expressão ‘neste País’, parece-me que não é o nosso -, chamar ladrão de ladrão pode dar cadeia. Então é importante verificar que essa impunidade e esses escândalos, a cada 48h no Brasil inteiro, mexem com todo mundo. A indignação que vocês trazem aqui é a que nós sentimos há bastante tempo e contra a qual lutamos. Olha, a Ver. Fernanda Melchionna, jovem como vocês, o nosso Partido - e não só o nosso; posso falar pelo nosso, sou Líder do PSOL aqui - luta diuturnamente no combate à corrupção, e vocês sabem disso. Nós fizemos o “Fora Sarney”, o “Fora Collor”, o “Fora Renan”, o Fora Yeda”, exatamente nos expondo, denunciando e mostrando os caminhos que a corrupção toma e a impunidade permanente dos corruptos.

Só tenho dois minutos e quero dizer o seguinte: foi muito importante esta vinda, Leonardo, é importante esta organização, é importante manter esta chama de indignação acessa, forte e intensa, mostrando a posição de vocês e sensibilizem outros, porque, como tu disseste, Leonardo, eles não chegam ao Parlamento de paraquedas, eles chegam eleitos, e isso é mais trágico ainda. Por isso, além da vinda aqui, com relação aos moradores de rua e as denúncias da FASC, tem que procurar, de imediato, o Ministério Público; as ações são paralelas, não precisa esperar fazer uma, esperando a outra, pode fazer imediatamente. Mais do que isso: a luta de vocês é a luta do povo brasileiro...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero aproveitar a oportunidade de estar com tantos jovens presentes, Ver. Pedro Ruas, para dizer que, realmente, a corrupção é algo muito ruim para o nosso País, mas que, infelizmente, acontece dia a dia. Fico feliz em poder ver jovens que não perderam a esperança e a fé, que estão aqui reivindicando, lutando por aquilo que eles acham que é um direito deles, e é importante que continuem lutando, mesmo que, algumas vezes, acabem cometendo algum erro pela falta de experiência.

Não dá para os Vereadores virem aqui e ficar cobrando, querendo cercear direitos e intimidando os jovens. Nós temos é que incentivá-los, Ver. Pedro Ruas, incentivá-los para que continuem tendo fé e continuem lutando por aquilo que acreditam, para que nós possamos ter um Brasil melhor ali na frente, para termos todo o futuro que merecemos, porque o nosso País é muito rico. Temos que depositar as esperanças no Brasil, e são vocês, jovens, que têm que lutar para que a corrupção cesse no nosso País.

Mais do que isso, quero aproveitar a presença de todos os jovens aqui hoje para falar sobre o fato de que ontem foi noticiado, que o TCE - Tribunal de Contas do Estado - abriu uma inspeção extraordinária, Ver. Pedro Ruas, na Secretaria da Juventude, tendo em vista fatos ocorridos durante o período de 2005 a 2011.

Aqui, nesta Casa, saiu uma CPI, muitos até eram contrários, e são contrários a CPIs, mas, mesmo que o Relatório oficial da CPI da Juventude não tenha tido o resultado esperado por alguns Vereadores, como no meu caso, nós fizemos um Relatório paralelo, um voto em separado, apontando tudo aquilo que foi discutido durante os seis meses da CPI do ProJovem. Apesar de a CPI não ter alcançado exatamente o resultado que queríamos, ela nos deu oportunidade, por seis meses, Ver. Pedro Ruas, de investigar, de ouvir as pessoas, e nós fizemos o nosso voto em separado, fizemos um relatório e o entregamos. Um dos lugares onde entregamos foi no TCE, o Tribunal de Contas do Estado. Fui junto com a Verª Sofia Cavedon, fomos atendidos pelo Cezar Miola, entregamos o relatório a ele, que, na época, ficou muito interessado, disse-nos que ia determinar que se desse continuidade, que se avaliasse aquele relatório. Ontem, o TCE abriu inspeção para investigar justamente aquilo que nós entregamos lá. Ficamos felizes, porque, apesar de termos essa corrupção, temos órgãos, e a própria CPI, Ver. Luiz Braz, nos oportunizou dar andamento, permitiu que continuássemos combatendo, lutando para que a corrupção diminua neste País.

Portanto, é importante a presença dos jovens, é importante uma Secretaria de Juventude, mas que seja uma Secretaria que realmente trabalhe pela juventude e crie oportunidades para os jovens, que lute principalmente contra a corrupção. Este Vereador e muitos Vereadores desta Casa, tenham a certeza, não concordam com a corrupção e lutam contra ela. É importante a determinação do Tribunal de Contas, que vai investigar em cima do relatório que entregamos. É importante, também, a presença de todos vocês; que cada um, cada jovem acompanhe todas as investigações, acompanhe a política, para que a corrupção cesse no nosso País; que nós possamos ter sempre fé e esperança de um Brasil melhor. Viva a juventude! Viva a liberdade! Que nós possamos sempre lutar contra a corrupção. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURO ZACHER: Ver. Toni Proença; Leonardo, que aqui representa o Movimento da Liberdade Humanitária - estivemos já recebendo vocês outro dia -, eu venho a esta tribuna, em nome da Bancada do PDT, prestar a nossa solidariedade à caminhada de vocês, mas eu não poderia deixar de vir aqui também para pedir que os jovens que estão aqui hoje fiquem atentos, porque as palavras do Ver. Mauro Pinheiro foram importantes para reforçamos a caminhada por um país mais justo.

Tivemos uma CPI da Juventude aqui, porque este Vereador veio a esta tribuna e disse que, se houvesse denúncias e vontade, que investigassem, porque, no Governo do Estado, quando vocês todos assistiram pela televisão ao escândalo dos pedágios, não houve CPI! CPI só serve para os outros; para si não serve!

V. Exª se cala, porque lá não houve CPI; lá houve uma auditoria. Por que não? Se CPI serve aqui no Município, por que não serve no Estado?

Tivemos o caso do Ministério dos Transportes, e lá o Senado recolheu as assinaturas necessárias para uma CPI, e o que houve, Ver. Mauro Pinheiro, na calada da noite? Acabaram as assinaturas, porque lá também não querem CPI, mas, aqui em Porto Alegre, governada pelo nosso Partido, o PDT, quando houve o debate, eu vim, Ver. Mauro Pinheiro, não me furtei, vim a essa CPI e esclareci tudo o que se passou na minha gestão.

Então, eu quero dizer que fico com a minha consciência muito tranquila, e que bom que o TCE esteja investigando, porque essa CPI talvez não tenha alcançado tudo o que alcançou em outras gestões, mas V. Exª precisará ter muito cuidado ao vir a esta tribuna e dizer: “Que bom que tem CPI no governo dos outros, porque no nosso nós não queremos!” Mas que bom! Que discurso fácil! As plenárias estão cheias! V. Exª deveria vir a esta tribuna e dizer: “Olha, se no Governo do Estado aconteceu com os pedágios, abram a CPI!” Abram, qual é o problema? Eu fiz isso! Eu fiz isso porque não tenho medo, não tenho o que esconder; agora, quem não quer CPI é porque - e não quero fazer aqui suposições - não quer mostrar. A CPI faz o que o Ver. Mauro Pinheiro disse nesta tribuna: dá oportunidade para que se venha escutar ambos os lados.

Quero trazer, com as minhas palavras, primeiro, solidariedade a vocês, continuem o movimento. Para quem está na vida pública, é isso mesmo, é explicar quando for preciso; quando convocado, vir e se explicar, porque a Administração Pública está administrando aquilo que é público, que é do povo, que é da juventude. Agora, dizer que, no Governo dos outros é preciso, e no meu não, aí, por favor, aí é caso para indignação. Eu gostaria de ver, lá no DNIT, a CPI, eu gostaria de ver a CPI dos pedágios e outras tantas que não saíram do papel, porque o Congresso não consegue arrecadar as assinaturas necessárias. E quero dizer mais: foi o PDT que pediu a CPI dos pedágios, o Deputado Basegio. E foi prometido ao Deputado que os esclarecimentos viriam.

Então, coerência acima de tudo! Coerência: o que serve para os outros tem que servir para o meu Partido e para o meu Governo. Então, dizer que a CPI tem um papel...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Ver. Toni Proença, que preside os trabalhos; Leonardo, todos os estudantes e jovens que se encontram nesta Casa, sejam bem-vindos! Verª Fernanda, não é difícil falar de política; difícil é conviver com alguns políticos. Ouvi a tua manifestação aqui e, realmente, ninguém chega por fax ou por diploma num mandato parlamentar. Alguém o coloca lá, e esse alguém tem nome, e é aquele mesmo que reclama depois: o povo. Infelizmente, Leonardo, quem não convive com a política sofre a política mais tarde. E vocês estão aqui hoje mostrando a luz, aquela que diz assim: leiam sobre esporte, olhem a novela, mas tentem saber o que o seu político, o seu Vereador, o seu Deputado, seja quem for, está fazendo no seu mandato!

Leonardo, infelizmente nós vivemos numa sociedade em que o nosso povo, de 12 meses trabalhados - eu não canso de falar isso aqui e não vou cansar, é a verdade -, seis meses são para pagar impostos, dinheiro que deveria ir para a Saúde, para a Educação, para a Habitação. Cultura? Ah! Eu vou dar até risada! Cultura não existe neste País! Eu não vejo político nenhum defender a Cultura neste País!

Agora, para lá, Ver. Luiz Braz! Eu vejo, muitas vezes, propaganda, por exemplo, da Petrobras, em locais onde não deveriam estar, dentro da periferia, lá é que deve ter cultura! E eu vejo a Petrobras - nada contra, mas nada a favor, estou aqui fazendo o meu protesto junto com vocês - patrocinando aqueles que não deveriam ser patrocinados. Vou dizer para vocês o que eu sinto. O meu sentimento é o mesmo de vocês - é o mesmo sentimento! -, porque o preconceito, a discriminação, o abandono, são iguais. Eu já sofri preconceito! Quando concorri ao cargo de Vereador, muita gente dizia: “O que um DJ vai fazer lá na Câmara? O que ele vai fazer lá?” Mas eu tenho certeza de que tenho aprendido muito, porque estou numa Casa coerente, com homens sérios. Eu estou aqui afirmando para vocês: esta Casa aqui é séria; por isso eu estou aprendendo muito com esses Vereadores que já estão há muito tempo aqui. Quero dizer a vocês, aqui, como testemunhas: estou numa Casa séria, seriíssima, e tenho orgulho de dizer que sou Vereador em Porto Alegre porque tenho, aqui, companheiros, companheiras, colegas que defendem os direitos da sociedade e daqueles que realmente precisam! E vocês estão aqui hoje não só defendendo os direitos de vocês, mas defendendo o direito de todos nós que estamos aqui - Vereadores e Vereadoras -, porque, ali adiante, tudo aquilo que vocês conquistarem, nós, também, automaticamente, vamos conquistar. E queremos agradecer, eu quero agradecer em nome da minha família, dos meus amigos e em meu nome: muito obrigado por vocês estarem aqui reivindicando, abrindo a mente das pessoas que têm que gritar por liberdade, e liberdade se dá através da luta; se ficar em casa, não ganha! “Papai do céu” não dá dinheiro; “papai do céu” dá saúde, e se nós não formos para a rua, nós não vamos vencer. Unidade, sempre! Liberdade...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

(O Ver. DJ Cassiá reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero cumprimentar também o Movimento Nacional da Liberdade Humanitária, hoje tratando desse assunto que é extremamente importante para toda a nossa sociedade: corrupção e juventude na política. Penso que essa discussão tem que ser aprofundada, porque, afinal de contas, é ela que vai fazer com que nós possamos ter melhores dias em nossa sociedade. Agora, quem pensa que a corrupção está apenas nos meios políticos comete um erro, um equívoco; a corrupção, infelizmente, corrói o tecido dos Parlamentos e também dos Executivos, mas, com toda certeza, hoje nós lemos nos jornais, ouvimos nas rádios e vemos nas televisões que a corrupção está dentro do Exército, que a corrupção está no Clero, que a corrupção está em setores da nossa sociedade que a gente nem imaginava que pudesse estar. Então, eu posso, hoje, dizer com todas as letras que nós, Verª Fernanda, vivemos um momento em nossa República, em nossa sociedade, em que a corrupção está corroendo a sociedade como um todo. E quando acontece alguma coisa assim, que é um fenômeno, nós temos que começar a perguntar e a questionar a nós mesmos qual o papel que nós estamos exercendo para formarmos uma sociedade melhor, para que nós possamos forjar um mundo melhor para que os jovens possam habitar esse mundo e fazer, quem sabe, relações entre as pessoas, melhores do que aquelas que a minha geração conseguiu fazer.

Com toda a certeza, eu acho que é de movimentos assim, cada vez mais conscientes, que nós precisamos para chegar, realmente, a um Brasil melhor, muito embora esses problemas não sejam problemas apenas aqui do nosso País. A gente olha, mundo afora, e vê Londres também, em plena revolução, com fogo sendo ateado em lojas, com pessoas sendo atropeladas, com a polícia não conseguindo conter o movimento de pessoas totalmente insatisfeitas com aquilo que acontece lá no Reino Unido, enquanto a família real está vivendo uma vida nababesca, e o povo está perto da miséria. Então, nós aqui não temos que tratar deste assunto apenas pensando que a corrupção é uma exclusividade do Brasil, uma exclusividade de políticos, ou uma exclusividade de determinados grupos - não! A corrupção, infelizmente, Ver. João Dib, está tomando conta de toda a sociedade, e muitas vezes as pessoas que hoje criticam - e eu não estou fazendo uma crítica aos jovens, eu vejo muitas pessoas assim - apenas esperam o momento de chegar ao Poder para também fazer parte do processo corruptivo. E a gente viu isso com governos que criticavam antes, quando estavam na oposição, e que, quando chegaram a tomar posse e ter o poder em suas mãos, acabaram também se entregando aos ganhos fáceis e ao enriquecimento dos seus segmentos, aqueles que estavam mais próximos, aqueles que os levaram ao poder.

Então, que coisa boa eu ver hoje, aqui, um movimento que tenta, de todas as formas, Ver. João Dib, combater a corrupção e fazer com que a juventude possa tomar conta deste País. Acho que esse pode ser um santo remédio. Aquilo que a nossa geração não deu conta de fazer, nós temos apenas que esperar e dar força para que os jovens consigam, e, quem sabe, nós tenhamos, muito em breve, um novo Brasil, uma nova sociedade e novas relações, onde todos possam viver uma vida mais perfeita e mais igual. Por enquanto, a gente olha a sociedade e vê...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Quero, mais uma vez aqui, em nome desta Casa, agradecer a presença de vocês. Continuem nessa luta, que é uma luta saudável, porque vocês reivindicam o que é certo, o que é justo, sem violência, mostrando que tem como reivindicar, como lutar pelos seus direitos de uma forma totalmente diferente do que a gente vê por aí afora. Parabéns a vocês.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h16min.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cássia – às 15h17min): Estão reabertos os trabalhos.

Registro a presença de alunos e professores da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes, representados pelos alunos “Vereadores” em caráter especial Brandon do Nascimento Menezes e Tamires Rafaela Pereira Roliano. Sejam todos bem-vindos.

A Srª Tamires Rafaela Pereira Roliano está com a palavra.

 

A SRA. TAMIRES RAFAELA PEREIRA ROLIANO: Sou estudante da 7ª série da Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes, que fica no bairro Mário Quintana, na Zona Norte de Porto Alegre. Vou falar de Segurança. Eu gostaria de mais segurança no Bairro, pois os brigadianos dão uma passada, só para botar medo, mas não fazem o serviço de prevenir a violência. Acontece que não fazem nada, e os traficantes acabam não ficando com medo. Ontem, todos os alunos da minha escola tiveram que sair mais cedo, com medo, por causa de um tiroteio que estava ocorrendo. Só queremos pedir mais segurança, porque sem segurança não dá para viver. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Sr. Brandon do Nascimento Menezes, Vereador em caráter especial, está com a palavra.

 

O SR. BRANDON DO NASCIMENTO MENEZES: Sou colega da Tamires, estudo também na Escola Municipal de Ensino Fundamental Chico Mendes, no bairro Rubem Berta. Eu queria também incrementar o que ela falou sobre a Segurança, que é muito importante. Gostaria de pedir não só como naquele caso de ontem no nosso Bairro, de uma ação da Polícia para combater os traficantes do Bairro, quando tivemos que soltar mais cedo, mas que houvesse mais apoio da Polícia junto ao Colégio, para maior segurança. Eles foram avisar no Colégio, mas não ficou ninguém para nos auxiliar, para nos ajudar; eles saíram e foram participar. Eu não sei, no caso, se seria para aumentar ou para ter alguém para ajudar, manter um apoio junto a nós.

Também gostaria que houvesse maior autonomia da Escola e, no setor de Nutrição, colaboração no calendário dos fornecedores de gêneros alimentícios, visando a uma melhor qualidade nos alimentos na escola. No nosso colégio, a merenda é estabelecida por uma lista, e a quantidade também. Muitas vezes, falta merenda, e há muitas crianças lá que necessitam da merenda do colégio. O Bairro não é rico, o Bairro é pobre, então há muitas crianças que precisam do alimento.

A gente gostaria de uma colaboração da Empresa Carris, a empresa de ônibus que não estabelece apoio em passeios dentro do Município. Também gostaríamos de apoio nos cinemas, uma melhor fiscalização nos cinemas e no Museu de Ciências e Tecnologia da PUC, porque o colégio vai lá e paga, e eles não fornecem a nota fiscal. Isso não pode ocorrer. A gente vai lá e paga, mas temos que ter uma nota fiscal para poder comprovar que gastamos o dinheiro naquilo. Então, a gente gostaria que eles fornecessem uma nota fiscal nos cinemas e no Museu de Ciências e Tecnologia da PUC. Isso seria muito bom para a gente poder divulgar. Então, muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Quero agradecer aos dois estudantes que usaram da tribuna, às professoras e aos alunos da Escola Chico Mendes.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, muito a contragosto, eu peço verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Solicito a abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Sete Vereadores presentes. Não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h25min.)

 

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